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Narrar na arte: matérias, dramaturgias, imbricações e perspectivas de mundo na América Latina

Editora convidada: Alejandra Marín*
DATA LIMITE: 30 de junho 2024 

A questão sobre o lugar da narrativa na arte aborda hoje uma condição paradoxal. Por um lado, a ideia de que a arte relata é habitualmente assumida com naturalidade, pois a recepção de diferentes formas artísticas, na sua capacidade de “contar histórias”, se estabeleceu como uma espécie de evidência compartilhada e enriquecida nos próprios atos de expectação. Por outro lado, a compreensão dominante da arte contemporânea que se baseia na convicção do “final das grandes narrativas” e a obsolescência do regime de representação, privilegia as apostas pelo concepto, o sentido incompleto e fragmentário ou as dimensões performativas e materiais das artes, rejeitando ou renunciando às construções narrativas, e até mesmo às expectativas de transmissão e interpretação. Antes de afirmar qualquer uma destas duas polaridades, é aconselhável interrogá-las nos seus nuances, complexidades, cruzamentos e tensões.